A OBESIDADE E A DOENÇA RENAL CRÔNICA
Qual a relação entre a obesidade
e a Doença Renal Crônica?
Nos últimos posts, dissemos que a obesidade é um fator de risco para a Doença Renal Crônica. Mas você sabe por quê?
Essa relação pode ser explicada por diversos mecanismos, embora nem todos tenham sido completamente elucidados. O excesso de peso e a obesidade estão associados a alterações renais hemodinâmicas, estruturais e histológicas, bem como desordens metabólicas e bioquímicas que predispõem à doença renal. Isso porque uma série de eventos é desencadeada pela obesidade, incluindo resistência à insulina, intolerância à glicose, hiperlipidemia, aterosclerose, hipertensão e aumento do risco cardiovascular. A obesidade também tem sido apontada como um importante fator de risco para a progressão da doença renal em pacientes com glomerulopatias, incluindo a nefropatia por IgA.
Além da frequente relação com diabetes e hipertensão, ambas prejudiciais aos rins a longo prazo, a obesidade predispõe à nefropatia diabética, nefroesclerose e glomeruloesclerose. O aumento da massa corporal também pode levar à glomerulopatia relacionada à obesidade, condição em que há aumento da área corporal irrigada e do conteúdo sanguíneo a ser filtrado, sobrecarregando os rins.
O acúmulo excessivo de tecido adiposo ainda causa compressão renal, aumento da pressão intrarrenal, e, em alguns casos, pode penetrar no hilo renal até a medula, levando ao aumento da formação de matriz extracelular. Esse quadro pode aumentar a pressão hidrostática do fluido intersticial e exacerbar ainda mais a compressão intrarrenal, a qual, por sua vez, danifica a estrutura do órgão e reduz o fluxo dos túbulos renais, levando à reabsorção tubular de sódio.
Ademais, atualmente sabe-se que o tecido adiposo não é apenas um reservatório de gordura, mas um tecido dinâmico envolvido na produção de citocinas inflamatórias chamadas “adipocinas”. A inflamação, além de ser por si só um fator de risco para perda de função renal, associa-se à fibrose renal e ao acúmulo irreversível de matriz extracelular no tecido renal.
Portanto, é essencial manter hábitos de vida saudáveis de modo a garantir a prevenção à obesidade, como:
Seguir uma dieta equilibrada e variada;
Não ficar mais de três horas sem comer;
Praticar exercício físico - basta escolher uma atividade que lhe dê prazer, como uma caminhada de 30 minutos por dia. Outra dica é se deslocar a pé pela cidade sempre que possível;
Dizer não às dietas “relâmpago”. Sempre aconselhe-se com um especialista!
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Referência bibliográfica:
SILVA JUNIOR, Geraldo Bezerra da et al. Obesidade e doença renal. Brazilian Journal of Nephrology, v. 39, n. 1, p. 65-69, 2017. Disponível em <https://www.scielo.br/pdf/jbn/v39n1/pt_0101-2800-jbn-39-01-0065.pdf>. Acesso em 29/05/2021.
Imagem: https://www.bsbmagazine.com.br/wp-content/uploads/2019/10/imagem-obesidade-02.jpg
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