BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA NA DRC


A doença renal crônica (DRC) é definida como uma perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. Ela gera alterações fisiológicas e funcionais em todo o sistema corporal, podendo acarretar problemas físicos, psicológicos e socioeconômicos na vida diária dos pacientes.

Pacientes com DRC sofrem uma série de comprometimentos e limitações nas atividades diárias, o que, em parte, se deve à síndrome urêmica, uma alteração dos sistemas que envolve anemia, uremia, alterações metabólicas, doenças cardiopulmonares, imunológicas e psíquicas, além das disfunções musculoesqueléticas que acarretam no comprometimento físico. 

As principais complicações durante a hemodiálise são: câimbras, fraqueza muscular, lombalgia, dor em membros inferiores e parestesia. Isto se deve a uma série de fatores como: a anemia, a miopatia urêmica, a neuropatia, a atrofia de desuso, o prejuízo do metabolismo muscular, a disfunção autonômica, a má nutrição e algumas comorbidades associadas. 

É importante ressaltar que o estilo de vida sedentário acentua ainda mais essas manifestações, causando o aceleramento e o agravamento da doença. O sedentarismo nos indivíduos com DRC é consequência de suas limitações em um cotidiano monótono, principalmente após o inicio do tratamento hemodialítico que se realiza, em média, por quatro horas e três vezes por semana, e assim influenciando diretamente na capacidade funcional e a qualidade de vida desses pacientes.

Alguns estudos demonstraram que pacientes com DRC apresentam diminuição da capacidade funcional devido à baixa tolerância ao exercício, o que pode causar alterações musculoesqueléticas como fadiga e diminuição da resistência. Sendo assim o exercício físico se apresenta como recurso terapêutico na prevenção e no retardo destas alterações.

Por isso, a fisioterapia - definida como a ciência da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios de movimento decorrentes de deficiências em órgãos e sistemas do corpo humano - é um instrumento de grande importância à pacientes com DRC, principalmente quando sua intervenção das manifestações musculoesqueléticas já ocorre dentro dos centros nefrológicos, melhorando significativamente nas alterações fisiológicas e funcionais desses pacientes. 


Sendo assim, quais são os benefícios da fisioterapia para o paciente renal crônico?

O exercício físico terapêutico (cinesioterapia) prescrito e monitorado pelo fisioterapeuta traz os seguintes benefícios:

  • Melhora da tolerância à glicose, auxiliando no controle da diabetes;
  • Aumento da força de contração e relaxamento alternados dos músculos para impulsionar o sangue de volta ao coração (melhora da circulação das extremidades); 
  • Melhora da atividade do coração com controle das arritmias e da pressão arterial por meio de treinamento aeróbico que ajuda a regular o sistema nervoso; 
  • Aumento da tolerância aos exercícios diários; 
  • Diminuição de sintomas como fraqueza muscular, câimbras, dores musculares e falta de ar; 
  • Redução do número de internações;
  • Melhora da qualidade de vida, com o aumento da autoconfiança e independência para executar as atividades do dia-a-dia.

As atividades fisioterapêuticas tem sido bem reconhecidas como uma forma de intervenção terapêutica que pode melhorar as alterações fisiológicas, psicológicas e funcionais desses pacientes. Exercícios físicos, sejam aeróbicos e/ou resistidos, contribuem para função muscular, capacidade funcional e qualidade de vida de pacientes submetidos a hemodiálise, sendo o treinamento físico uma modalidade terapêutica importante.


E como funciona a fisioterapia para os pacientes com DRC?

1) Fisioterapia pré-hemodiálise

É realizada minutos antes da sessão de hemodiálise, com a verificação dos sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio) e peso corporal. Depois, são iniciados os seguintes exercícios na sala da fisioterapia:

  • Alongamentos para membros superiores e inferiores, para a prevenção de encurtamentos musculares, câimbras e a preparação da musculatura para as atividades de fortalecimento muscular;
  • Fortalecimento de membros superiores (exercícios com pesos de acordo com a tolerância do paciente);
  • Treino de caminhada e equilíbrio (de acordo com a necessidade verificada na avaliação).


2) Fisioterapia durante a hemodiálise

Consiste em exercícios voltados para os membros inferiores e respiratórios, respeitando os limites do paciente e monitorizando os sinais vitais:

  • Os exercícios de membros inferiores são compostos de alongamentos, fortalecimento muscular com pesos e fitas elásticas. 
  • Os exercícios respiratórios são utilizados para melhorar a oxigenação do corpo e prevenir possíveis complicações pulmonares decorrentes da doença.




Referências:

Como a fisioterapia melhora a qualidade de vida de pacientes renais. Clínica de doenças renais de Brasília, 2018. Disponível em: <https://cdrb.com.br/vivendo-com-a-doenca-renal/fisioterapia-melhora-sua-vida/>. Acesso em: 25/11/21.

NEPOMUCENO, Wiliane G; BARBIERI, Leandro G. A importância da fisioterapia em pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise: uma revisão integrativa. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2014. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd192/a-fisioterapia-em-pacientes-renais-cronicos.htm>. Acesso em: 25/11/21.

O impacto da fisioterapia nos pacientes renais crônicos submetidos à hemodiálise - uma revisão. InterFISIO. Disponível em: <https://interfisio.com.br/o-impacto-da-fisioterapia-nos-pacientes-renais-cronicos-submetidos-a-hemodialise-uma-revisao/>. Acesso em: 25/11/21.


Imagens:

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