TABAGISMO E DOENÇA RENAL

Você sabe por que fumar faz mal para os rins?


A fumaça do tabaco possui mais de 4000 partículas e gases, alguns destes com nefrotoxicidade. Metais pesados como cádmio e chumbo apresentam toxicidade tubular e são partículas que podem atingir concentrações séricas acima de 40% em fumantes.

A nicotina tem um efeito perigoso no corpo ao modular o comportamento e a dependência, resultando em vício e subsequente exposição repetida às toxinas encontradas no tabaco e na fumaça do tabaco. A ação da nicotina em receptores específicos colinérgicos provoca modificações hemodinâmicas, tais como aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e resistência vascular periférica, dificultando a circulação sanguínea. Esses fatores acabam aumentando a pressão das artérias renais, o que leva à diminuição do fluxo de sangue nos rins e, posteriormente, lesão e insuficiência renal.

De acordo com Organização Mundial de Saúde, a doença renal crônica e o tabagismo são tidos como questões de saúde pública. O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável no mundo e, além de não ser indicado ao paciente renal, o fumo pode ser um fator de risco para diversas doenças cardiovasculares, respiratórias e diversos tipos de cânceres, incluindo o câncer de rins. E, em casos de pessoas com doença renal crônica já estabelecida, o fumo também acelera a progressão da doença.


Tabagismo passivo é a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes, que convivem com fumantes em diferentes ambientes, inalando as mesmas substâncias tóxicas. A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. A exposição involuntária à fumaça do tabaco pode acarretar desde reações alérgicas (como rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma) a curto prazo, até infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) em adultos expostos por longos períodos.

Aspectos sociais, pressão de grupo, estresse contínuo e consumo de álcool são fatores comportamentais que contribuem para o vício do fumo.

A principal ferramenta disponível para a cessação do tabagismo é uma combinação entre o tratamento em equipe multidisciplinar associado ao tratamento medicamentoso. Assim, medicações, gomas de mascar e adesivos de nicotina devem fazer parte do arsenal terapêutico do nefrologista. É comum que, na unidade de saúde de cada bairro, existam grupos de apoio para pessoas que desejam cessar o tabagismo, além de profissionais preparados para ajudar da melhor forma. Além disso, o exercício físico também tem sido sugerido como uma intervenção eficaz.


Referências:

Cooper, RG. Effect of tobacco smoking on renal function. Indian J Med Res 2006;124:261-8.

ELIHIMAS, UF et al. Tabagismo como fator de risco para a doença renal crônica: revisão sistemática. Brazilian Journal of Nephrology, v. 36, p. 519-528, 2014.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, Ministério da Saúde. Tabagismo passivo. 2021.

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