O QUE É A DOENÇA RENAL CRÔNICA?

Antigamente denominada Insuficiência Renal Crônica, a Doença Renal Crônica (DRC) caracteriza-se pela perda lenta e progressiva da função renal, seja total ou parcial.  

As principais causas da DRC são a diabetes mellitus e a hipertensão, mas também podem ser observados: obstrução do trato urinário; altos níveis de colesterol; problemas circulatórios, como doença coronariana, acidente vascular cerebral (AVC), doença vascular periférica e insuficiência cardíaca; certas anomalias renais, como a doença renal policística; infecções renais; glomerulonefrite (inflamação glomerular); bloqueios no fluxo de urina, como cálculos renais; tabagismo; histórico de DRC em familiares; doenças autoimunes, como lúpus; e uso regular e a longo prazo de certos medicamentos, como anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). Além disso, a lesão renal aguda pode converter-se em crônica, caso o tratamento não seja eficiente para a recuperação da função renal ou caso a lesão se prolongue por mais de três meses.

A DRC pode gerar as seguintes complicações:

·  Retenção de líquidos, causando aumento de pressão e edemas (inchaços) nos membros superiores e inferiores e/ou nos pulmões;

·  Aumento repentino nos níveis de potássio no sangue (hipercalemia), que pode ser fatal;

·  Deterioração do tecido ósseo, tornando os ossos fracos e com maior risco de fraturas;

·  Aumento do risco de aterosclerose;

·  Desenvolvimento de anemia;

·  Doença cardíaca e vascular;

·  Diminuição do desejo sexual, disfunção erétil ou fertilidade reduzida;

·  Danos ao sistema nervoso central, que podem causar dificuldade de concentração, alterações de personalidade ou convulsões;

·  Diminuição da resposta imune, aumentando a vulnerabilidade a infecções;

·  Pericardite (inflamação do pericárdio, membrana que envolve o coração);

·  Complicações na gravidez que apresentam riscos para a mãe e o feto em desenvolvimento;

·  E danos irreversíveis aos rins, que caracterizam a doença renal terminal, eventualmente exigindo diálise ou transplante renal.

Os sintomas podem incluir noctúria, fadiga, náusea, coceira, espasmo muscular e cãibras, perda do apetite, confusão, dificuldade para respirar e edemas corporais (mais comumente nas pernas e durante a noite). À medida que a função renal piora e mais resíduos metabólicos se acumulam no sangue, as pessoas podem sentir-se cansadas e fracas de modo geral e apresentarem uma diminuição da capacidade mental e dispneia. A anemia também é responsável pela fadiga e fraqueza generalizada. O acúmulo de resíduos metabólicos também causa perda do apetite, náuseas e vômitos e um gosto desagradável na boca, podendo levar à desnutrição e perda de peso.

À medida que a perda da função renal se torna mais grave, as lesões nervosas podem causar espasmos musculares, fraqueza, câimbra e dor. As pessoas também podem sentir uma sensação de formigamento nos braços e nas pernas e perder a sensibilidade em certas partes do corpo.

Podem surgir quadros de encefalopatia, com confusão, letargia e convulsões, e de insuficiência cardíaca, que pode causar falta de ar. As pessoas que sofrem de DRC avançada têm, em geral, úlceras gastrointestinais, a pele pode ficar com uma tonalidade amarelo-castanha e, ocasionalmente, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza no suor, formando um pó branco sobre a pele.

diagnóstico é realizado por exames de sangue e urina, além de ultrassonografia e, algumas vezes, biópsia. No exame de sangue, são verificados os níveis de uréia, creatinina, hemoglobina, potássio, cálcio, fosfato e hormônio da paratireóide. Ademais, verifica-se a taxa de filtração glomerular (TFGe), medida laboratorial que permite a avaliação do funcionamento dos rins, calculada a partir da concentração de creatinina ou de cistatina C. No exame de urina, verifica-se a cor, aparência e odor, pH, densidade, teor de proteínas, glicose, eritrócitos e leucócitos, e se há presença de sangue ou sedimentos urinários.

É importante também aferir a pressão arterial do paciente, cujos critérios básicos estão representados na seguinte tabela:

 

A ultrassonografia é frequentemente realizada para excluir a obstrução e verificar o tamanho dos rins, que, se pequenos e com cicatrizes, frequentemente indicam perda crônica da função renal. A causa exata se torna cada vez mais difícil de ser determinada à medida que a doença renal alcança um estágio avançado. Já a biópsia renal pode ser o exame mais exato, mas não é recomendado se a ultrassonografia mostrar rins pequenos e com cicatrizes.

Embora não exista cura, o tratamento da DRC permite retardar o declínio da função renal e aliviar os sintomas do paciente. Esse tratamento visa restringir líquidos, sódio e potássio na dieta, o uso de medicamentos para corrigir outros quadros clínicos – como diabetes, hipertensão, anemia, infecções, obstrução do trato urinário e desequilíbrio eletrolítico – e, quando necessário, o uso de diálise ou transplante renal.

Um estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir a doença renal crônica, diabetes, hipertensão e outras condições subjacentes.

 

Referências bibliográficas:

MALKINA, Anna. Doença renal crônica. MANUAL MSD Versão Saúde para a Família, março de 2020. Disponível em <Doença renal crônica - Distúrbios renais e urinários - Manual MSD Versão Saúde para a Família>. Acesso em 11/05/2021.

[GUIA] O que é doença renal crônica – Dos sintomas ao tratamento da DRC. Eigier diagnósticos. Disponível em <[GUIA] O que é DRC (doença renal crônica)? Como identificar?>. Acesso em 11/05/2021.

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